‘Não há como erradicar o escorpião amarelo, apenas controlar’, alertam técnicas da Regional da Saúde

Saúde - Quarta-feira, 07 de Novembro de 2018


 ‘Não há como erradicar o escorpião amarelo, apenas controlar’, alertam técnicas da Regional da Saúde


Eles são feios – mas há quem os achem bonitinhos - e assustadores, além de perigosos. Nesta época do ano, devido ao ambiente ideal de calor e umidade, o índice de infestação de escorpiões, especialmente os amarelos (Tityus serrulatus), aumentam.

Para tratar do assunto sobre controle e manejo clínico de acidentes por escorpião, especialmente o amarelo, a Prefeitura de Bandeirantes e a Secretaria de Saúde, através do Setor de Epidemiologia e Vigilância Sanitária, promoveram palestras que foram conduzidas pelas agentes técnicas da 18ª Regional de Saúde de Cornélio Procópio, a médica veterinária Maiane Soares, e a inspetora de Saneamento, Maria Helena Mendes Luiz. Também fez apresentações e orientações, o médico da Saúde da Família, clínico geral dr. Valker Antonio Correa.

Durante o encontro, que aconteceu no Centro Cultural Takiko Hassegawa (Praça Valderi Mendes Vilela/Praça Brasil-Japão) e reuniu alguns representantes de entidades, autoridades e estudantes do curso Técnico de Enfermagem do CEEP Osório Gonçalves Nogueira, foi tratado sobre o alto índice de infestação do animal em todas as regiões do Estado, assim como aumento dos acidentes graves, inclusive com registros de mortes, em adultos, idosos e, principalmente, crianças.

Para a secretária de Saúde, Daiane Tomé, as orientações das técnicas da Regional de Saúde e do médico do Município foram fundamentais para nortear os participantes sobre como proceder em casos de acidentes com o animal, cuidados e medidas preventivas ambientais para o controle. “É importante que as pessoas redobrem os cuidados para evitar acidentes, principalmente em períodos de chuva e calor, em que o aparecimento dos animais é mais frequente”, recomendou.

Em 2017, foram registrados pela Secretaria Estadual de Saúde 16 mil acidentes com duas mortes. Já este ano, de janeiro a outubro, foram notificados 11 mil acidentes, também com duas mortes – uma delas na região Norte Pioneiro. Em Bandeirantes, de acordo com o coordenador da Vigilância em Saúde, biólogo Reinaldo Marqui, neste ano foram atendidas 783 reclamações e investigados 136 acidentes (picadas). “Semanalmente temos recebido notificação média de três a quatro acidentes. É um número alto para nossa cidade e está crescente”, preocupou-se.

A médica veterinária Maiane Soares ressaltou que “não há como erradicar o escorpião amarelo, mas sim realizar um trabalho de controle ambiental”, afirmou e explicou que esta espécie é a única que se reproduz sem acasalamento. “Só existem fêmeas e se reproduzem por partenogênese, ou seja, pela autofecundação. Isso significa que a fêmea não precisa do macho para procriar. Sua proliferação é muito mais fácil e rápida, sendo que pode realizar até duas gestações por ano com 30 filhotes cada. Ou seja, um animal por ano, pode gerar 60 outros”, citou.

A orientação em casos de acidentes com escorpião amarelo é a de procurar imediatamente a unidade de saúde mais próxima para que seja feita a administração do soro contra o veneno do animal. O veneno do escorpião-amarelo age diretamente no sistema nervoso e pode matar a vítima em pouco tempo, sendo as crianças e idosos os mais suscetíveis.

AMBIENTE DO ANIMAL - Da classe dos aracnídeos, o escorpião amarelo possui hábitos noturnos, vive em locais escuros, quentes e úmidos, e encontrado em entulhos, pedras, frestas de calçadas, muros, paredes, e também dentro de sapatos, junto a roupas, etc.

Cuidar do lixo domiciliar também é fundamental para evitar o aparecimento do animal, pois quando mal acondicionado, restos de alimentos e sujeira nas casas atraem baratas e outros insetos que são alimentos dos escorpiões. Manter limpo o ambiente doméstico é essencial para evitar seu aparecimento. (Fotos Carlos Almeida)

Prefeitura Municipal


Bandeirantes