BANDEIRANTES — Na manhã de ontem, por volta das 9h30, as ruas de Bandeirantes foram tomadas por uma onda de solidariedade em defesa da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE). Uma passeata que uniu escolas, o governo e a iniciativa privada marchou pela cidade para mostrar a força da comunidade contra a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 7796. A ADI contesta as leis estaduais do Paraná que garantem o apoio financeiro do Estado a instituições como a APAE.

O protesto, que partiu da Praça Brasil Japão e terminou no Posto Atlantic, na Avenida Comendador Luiz Meneghel, foi marcado por gritos de protesto como “na educação, sem a APAE, inclusão é ilusão” e “abaixo a ADI”. A preocupação é crescente: sem o apoio financeiro do Governo do Estado do Paraná, as APAEs correm o sério risco de fechar suas portas.

A ameaça de fechamento representa um impacto devastador para a educação no estado. Em Bandeirantes, a APAE atende atualmente 162 alunos. Em todo o Paraná, esse número chega a impressionantes 45 mil. Se as instituições forem fechadas, as escolas públicas teriam grande dificuldade em absorver um volume tão grande de alunos em um curto espaço de tempo, o que poderia comprometer gravemente a qualidade da educação individual de cada um deles.

O prefeito, Jaelson Ramalho Matta, e o vice-prefeito, Mano Vieira, participaram do protesto, demonstrando seu apoio incondicional à causa. O prefeito Jaelson ressaltou a importância vital da instituição. “A APAE é um pilar da nossa comunidade. O trabalho que eles realizam vai muito além do ensino: é sobre dignidade, inclusão e a construção de um futuro para esses alunos. Não podemos permitir que esse serviço essencial seja interrompido”, afirmou. O vice-prefeito Mano Vieira complementou a fala, destacando o papel da APAE na sociedade. "A educação especial não é um luxo, é uma necessidade fundamental. A APAE de Bandeirantes tem sido incansável em sua missão de oferecer uma educação de qualidade e um ambiente de apoio. Defender a APAE é defender nossa sociedade e o direito de todos a uma vida plena e com oportunidades", disse.

A ADI 7796, que pode decidir o futuro das APAEs no Paraná, segue sem data de julgamento. Contudo, devido à aplicação do rito abreviado — um procedimento que permite ao Supremo Tribunal Federal (STF) julgar a ação diretamente no mérito, sem a necessidade de uma análise prévia do pedido de liminar — o caso deve ser julgado em breve. A expectativa e a tensão crescem à medida que a comunidade aguarda a decisão que pode selar o destino de milhares de alunos e suas famílias.


MUITO ALÉM DA ESCOLA - As APAEs do Paraná demonstram a importância de sua atuação, com bons resultados obtidos por alunos em diversas áreas. Alunos de cidades como Prudentópolis (em 2018) e Siqueira Campos (em 2025) conquistaram medalhas em competições esportivas, incluindo Jogos Desportivos e Escolares, mostrando que com atenção e cuidado adequados, é possível alcançar um desempenho notável.

O sucesso vai além das vitórias em competições, pois reflete o trabalho da APAE na promoção da autonomia e inclusão social de pessoas com deficiência intelectual e múltipla. Esses resultados comprovam a eficácia do modelo de educação especializada oferecido pelas APAEs, que é fundamental para o desenvolvimento desses alunos e serve como um argumento forte contra qualquer medida, como a ADI 7796, que ameace a continuidade de suas atividades.

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Redação: Talitha Dalacosta e Róger D. T. Demétrio.

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